Não existe um consenso sobre a melhor forma de organizar o local de estudo, existe, no entanto, quanto à necessidade de o local ser um espaço tranquilo, sem ruídos, de modo a que seja fácil para o aluno concentrar-se nas suas tarefas. Por outro lado, existe concordância sobre o facto de este espaço ser sempre o mesmo, de modo a que o aluno não seja sujeito a novos estímulos que poderiam levar a sua distracção da tarefa (Carita, Silva, Monteiro & Diniz, 1998).
Poucos são os alunos que se interessam com o ambiente em que estudam e com os estímulos que gerem as suas distracções durante as aulas. Deste modo, deve haver por parte dos alunos uma maior consciencialização sobre a importância que as condições de trabalho têm na capacidade de se concentrarem e de organizarem melhor o trabalho, de modo a que o seu rendimento escolar seja beneficiado (Carita et. al, 1998).
É então importante que o aluno consiga controlar os estímulos ambientais que impedem a sua concentração e atenção, aprendendo a preparar um espaço de trabalho de acordo com as suas necessidades pessoais e que o incentive a estudar (Silva & Sá, 1997).
Cada aluno é diferente e, portanto, cada estudante tem o seu próprio espaço e método de trabalho. Alguns alunos estudam em cima da cama e na sala de convívio, outros preferem estudar noutros locais.
Porém, apesar de haver esta divergência quanto ao local de trabalho,
este para ser considerado adequado, deverá reunir quatro aspectos fundamentais: boa iluminação, temperatura agradável, ventilação e mobiliário adequados (Carita et. al, 1998).
Por outro lado, existem ainda outros aspectos essenciais para criar um ambiente o mais favorável possível ao trabalho escolar: ter um local apenas destinado ao estudo, ter todo o material necessário nesse local (livros, dicionários, canetas, etc) antes de começar a estudar com o objetivo de se evitar a interrupção do estudo e, assim como a concentração do aluno no estudo. Pôr fora do local de trabalho tudo o que poderá servir de distracção para o estudante (rádio, televisão, etc) e evitar que seja interrompido por outras pessoas ao colocar um aviso na porta.
Para além da necessidade de o estudante prepare um local de trabalho adequado as suas exigências, ele também deverá ter consciência que factores psicológicos internos podem influenciar o seu sucesso escolar (Carita et. al, 1998).
A frustração, o desinteresse, o desânimo, a preocupação com problemas pessoais, são factores que, normalmente estão associados a uma influência negativa no rendimento escolar do aluno. Em contrapartida, factores como uma elevada auto-estima, um espírito crítico e curioso, uma atitude sociável e espírito de grupo, ajuda a promover o sucesso escolar (Carita et. al, 1998).
O ambiente escolar
O ambiente de ensino nas salas de aula pode ajudar ou impedir o uso das estratégias para o controlo ambiental de estudo. O professor deverá ser o modelo para estas estratégias.
Entretanto, poderá ensina-las formalmente, tendo em conta os seguintes aspetos:
1. Demonstrar aos alunos como é que a estratégia de aprendizagem funciona;
2. Os lugares na sala de aula devem ser flexíveis de maneira a proporcionar uma aprendizagem cooperativa e o apoio entre os pares;
3. Cooperação entre os professores, pais e todo o pessoal da escola de modo a haver consistência nas estratégias que são ensinadas;
4. Incutir independência e responsabilidade ao aluno a partir da exigência de terem as suas pastas e grelhas individuais de maneira a poderem verificar e registar o seu próprio progresso.
Para o desenvolvimento de um espaço favorável à aprendizagem deverá seguir os seguintes objetivos específicos: 1. Tomar consciência da necessidade de ter um local de estudo organizado: Nesta primeira fase, o professor poderá reunir numa lista, através de desenhos ou imagens, correspondentes a elementos facilitadores e dificultadores do estudo (canetas, televisão, livros, etc.).
Para o desenvolvimento de um espaço favorável à aprendizagem deverá seguir os seguintes objetivos específicos:
1. Tomar consciência da necessidade de ter um local de estudo organizado: Nesta primeira fase, o professor poderá reunir numa lista, através de desenhos ou imagens, correspondentes a elementos facilitadores e dificultadores do estudo (canetas, televisão, livros, etc.). Assim poderá ajudar aos alunos a identificar e seleccionar os elementos facilitadores de distracção.
A partir de uma discussão em grupo, o professor ou um aluno irá registar no quadro, de acordo com a opinião de cada elemento, o que os alunos acham que deve ou não constar no seu local de estudo.
2. Aprender a controlar estímulos distractivos internos: Para os alunos cumprirem este objetivo, o professor pode, por exemplo, realizar a seguinte atividade: Conduzir uma discussão em grupo focando a importância de traçar os seus objetivos antes de iniciar o estudo (ex: O que vai ser estudado, o número de páginas do livro, os exercícios que vão ser resolvidos, etc.). É importante verificar no final, se estes objetivos foram cumpridos.
É importante verificar no final, se estes objetivos
foram cumpridos.
Conhecer os seus pontos fortes e os seus pontos fracos, de modo a potenciar os recursos necessários para um melhor rendimento escolar, assim como, a importância de saber lidar com os fracassos e frustrações, desenvolvendo a sua capacidade de persistência e de utilização de estratégias adequadas.
Por fim, o professor escreverá no quadro os aspetos mais relevantes resultantes da discussão.
3. Avaliar e reorganizar, se necessário, os ambientes de trabalho:
Por último, para se certificar de que os alunos interiorizaram os conceitos abordados, o professor poderá incentivá-los a fazer uma avaliação das suas atuais condições de trabalho, sugerindo que escrevam no caderno diário a forma como irão reorganizá-las, se for o caso disso. No final, o professor deverá proceder a uma análise crítica das conclusões apresentadas pelos alunos na sequência da atividade anterior e deverá avaliar se as condições ambientais discutidas estão ou não regularmente presentes no contexto real de estudo dos alunos.
O ambiente familiar
Os pais são os primeiros professores de uma criança. O ambiente familiar que os pais criam (bom, mau ou indiferente) é um factor crítico no processo de ensino e de aprendizagem.
Há muitas coisas que os pais podem fazer para tornar o ambiente familiar propício a usar estratégias de
aprendizagem:
1. Marcar um lugar e tempo específicos para a criança estudar e fazer os trabalhos de casa;
2. Dar atenção ao tempo que a criança está a ver televisão e aos programas selecionados;
3. Mostrar todo o seu próprio gosto e interesse por aprender;
4. Fornecer os materiais para suporte da aprendizagem;
5. Tornar a criança responsável pelas suas tarefas;
6. Escutar a criança quando ela estiver a falar ou a ler;
7. Preparar um relatório para dar aos professores da criança para eles saberem dos progressos feitos em
casa em áreas de interesse mútuo e iniciar;
8. Manter uma relação cooperante com os professores da criança em
assuntos que digam respeito a sua aprendizagem.
Diana Teixeira Psicóloga
Setembro 2016 – 1ª Edição